Storytelling
O Storytelling é a arte de contar histórias.
Storytelling é aforma mais antiga de passar conhecimento através de gerações.
Ela representa também como olhamos para diversos fatos e criamos opiniões, já que somos influenciados por histórias e pela forma como as interpretamos.
E quem não gosta de boas histórias?
As bilheterias milionárias dos filmes da Marvel, a audiência gigantesca de serviços de streamig como a Netflix e as 500 milhões de cópias vendidas dos livros da saga Harry Potter estão aí para provar isso.
É a ferramenta mais poderosa para passar conhecimento, criar relacionamento e vender.
As pessoas se identificam e se envolvem com histórias, prestando mais atenção e lembrando melhor o conteúdo que você está passando.
E não só no cinema, na literatura ou na TV as histórias envolvem audiências.
Marcas de sucesso são construídas com base em enredos atraentes e envolventes.
Veja o o que você realmente precisa aplicar para atingir sua audiência através do Storytelling.
Como fazer Storytelling: os 7 elementos de uma história memorável
O Storytelling é a arte de contar histórias.
Existem muitos detalhes que poderíamos discutir sobre como criar personagens, desenvolver a narrativa, arquétipos…
Mas vamos focar nos 7 principais elementos do Storytelling para a construção de marcas, seja da sua empresa ou sua marca pessoal.
Veja o o que você realmente precisa aplicar para atingir sua audiência, e fazê-la embarcar em uma jornada junto com você.
1. Desejo
Toda história tem um propósito que a move, uma motivação que coloca em ação todos os eventos que vão acontecer.
Você precisa ter clareza total desse motivador e mostrar ele logo no início da sua história.
Por exemplo, quando eu comecei minha jornada pelo mundo do marketing digital eu sabia que meu desejo era “compartilhar conteúdos incríveis”.
Eu via como os conteúdos que existiam na época eram rasos e não agregavam valor, muitas vezes cheios de propagandas incômodas e invasivas.
Sem esse desejo não existiria a história do Henrique trabalhando com marketing de conteúdo.
Ele foi o fundamento da minha história.
2. Problema
O problema é a concretização do obstáculo para atingir seu desejo. Ele pode ser externo, como estar acima do peso (o que é relacionado ao desejo de emagrecer).
Pode ser interno: ter medo de falar com as pessoas e ser rejeitado (relacionado a melhorar seus relacionamentos).
Ou pode ser filosófico, como um conflito entre algo que é bom ou ruim.
Ele sempre anda de mãos dadas com o desejo, mesmo que não pareça à primeira vista.
O problema é algo concreto que você tem para lidar na sua história, e também deve ser apresentado no início, pois é a partir dele que as próximas ações da história irão acontecer.
3. Mentor
O mentor é um personagem extremamente importante na história, pois ele guia a evolução do personagem principal.
Ele ajuda a decidir quais desafios encarar, como lidar com eles e até mesmo qual seria o melhor caminho e a melhor solução.
A grande vantagem é que com um mentor você não precisa passar por todas as experiências que a pessoa já passou, cometer os mesmos erros, demorar o mesmo tempo para aprender as mesmas coisas.
As informações já vem filtradas sobre o que funciona ou não, basta você entender o que está sendo dito.
O mentor não precisa ser uma pessoa viva ou fisicamente presente na vida do personagem principal, ele pode surgir através de leituras, palestras, ou qualquer outro tipo de contato, especialmente quando pensamos no meio digital.
Quando você produz conteúdo, de forma geral, será o mentor da sua história, ajudando quem te acompanha.
4. Plano
O plano são os passos que você precisa seguir para colocar a missão, o projeto, em prática.
Ele precisa ser simples e claro, quase um checklist, para que seja fácil colocar os conceitos em ação.
Quando você fizer Storytelling precisa ajudar seu público a entender qual é o próximo passo, quais são as soluções, o que fazer para o que você está ensinando ter um efeito real nas suas vidas.
5. CTA
Storytelling também pede uma call to action (CTA).
A pessoa está envolvida com a sua história, e é o momento de aproveitar essa relação que você construiu para indicar para ela o que fazer.
Essa CTA geralmente terá a ver com sair de zona de conforto, o que pode levar, por exemplo, a fazer uma compra.
A pessoa precisa perceber um desequilíbrio, um desconforto, algo que faça ela sentir que precisa mudar, que precisa encontrar a solução para o problema que ela tem.
6. Fracasso
O fracasso terá relação com tudo o que pode dar errado caso a pessoa não tome a decisão que você sugeriu na sua CTA.
Pode ser que ela nunca mude de vida, nunca consiga conquistar seus sonhos, não consiga manter um bom relacionamento com sua família.
Esses fracassos irão depender muito da sua história, do contexto, e do assunto da CTA, mas o importante é destacar o que a pessoa está perdendo se não tomar aquela decisão.
7. Sucesso
Para fechar sua história com um final feliz, mostre os benefícios que a pessoa receberá com a transformação.
Se ela seguir o que você ensinou, tomar a ação que antes ela não tinha coragem para tomar, sair da sua zona de conforto: quais serão as grandes vantagens que ela vai receber?
Mudar é difícil, e precisamos de benefícios para estimular a força para tomar essa atitude.
Lembre-se que a melhor parte de uma história sempre acontece no fim, então explore os benefícios para que a pessoa realmente enxergue a transformação que poderá conquistar.
6 histórias eficazes para criar conexão com sua audiência
No infográfico “Storytelling: Como contar histórias inesquecíveis que se vendem praticamente sozinhas”, falamos sobre os tipos de histórias mais comuns, mas vamos recapitular as mais conhecidas:
1.Jornada do Herói: herói desse modelo será sempre sua audiência, a verdadeira protagonista da história, enquanto você é o mentor.
2.Inimigo público comum: o inimigo público é usado para colocar a culpa dos problemas da sua audiência em algo que seja comum a todos. Ao fazer isso, você está tirando um peso dos ombros de seu cliente e colocando em algo abstrato e representado por um coletivo, nunca um indivíduo.
3 A.jornada do idiota: é usada para colocar o público no mesmo “nível” que você, mostrando que todos conseguem alcançar o mesmo objetivo, desde que se faça a coisa certa.
4 Do fracasso a fama: algo acontece no meio da sua jornada e você descobre algo que irá revolucionar sua vida, mesmo você sendo uma pessoa comum. Agora, você quer mostrar como sua audiência também pode sair do fracasso e ir para a fama usando esse conhecimento.
5.Herói relutante: o herói sempre relutará antes de aceitar o desafio, mas ele sabe, no fundo, que deve fazê-lo.
6.Nós somos parecidos: busca frisar pontos em comum entre você e sua audiência. Mostrar que tem os mesmos medos e sonhos e que entende o que o público está passando, porque já esteve em situação semelhante.
Os 5 pecados capitais do storytelling
Existem erros no Storytelling que são verdadeiros pecados e podem destruir a relação que você tem com o seu público.
Então vamos conhecer os 5 pecados capitais do Storytelling, para que você possa afastá-los para sempre dos seus conteúdos.
1. Vaidade
Narciso era um homem de extrema beleza pelo qual todos se apaixonavam.
Um dia ele viu seu reflexo em um rio e se apaixonou por si mesmo, se afogando na tentativa de alcançar ao seu reflexo.
Esse mito nos ensina como estar voltado para nós mesmo pode ser perigoso.
Falar como seu conteúdo é bom, como você tem excelentes qualificações, como as suas conquistas são incríveis, e só focar em você mesmo é um grande problema.
Você não pode ser Narciso nos seus conteúdos.
É claro que você pode usar exemplos pessoais e mostrar as conquistas que seu produto traz, mas procure usar muito mais a palavra “você” do que a palavra “eu”, e se perceber que essa proporção se inverteu, faça mudanças imediatamente.
2. Prepotência
Há muitos anos atrás existia um imperador que era apaixonado por suas roupas e gastava tudo o que tinha com elas.
Certo dia chegou na cidade um vigarista, que disse ser um tecelão capaz de fazer as mais belas roupas, e que elas só poderiam ser vistas pelas pessoas inteligentes.
Quando o traje foi entregue ninguém quis dizer que não enxergava nada, para não se passar por um tolo.
Um grande desfile foi feito pela cidade e uma criança exclamou “o imperador está nu!”.
Esse tipo de comportamento faz com que críticas não sejam aceitas, problemas não sejam identificados e melhorias não possam ser aplicadas.
Ouça as críticas construtivas, assuma as coisas que não sabe e procure aprender sobre elas, e não rejeite feedbacks porque “você é quem entende sobre o assunto”.
3. Malícia
Casos típicos de malícia vem de gurus que dizem que você pode ganhar dinheiro dormindo com sua fórmula mágica.
O problema com esses casos, além da evidente falta de ética, é que essas falsas promessas acabam sendo desmascaradas, e a reputação de quem contou essas histórias maliciosas fica extremamente negativa.
Não se engane, contar histórias não significa inventar fatos e resultados, a não ser que você esteja escrevendo um texto de ficção e deixe isso muito claro para quem está lendo.
E lembre que textos de ficção não vão mostrar a efetividade do seu produto ou os bons resultados que seu conteúdo traz.
Escreva seu Storytelling com uma proposta clara em mente, e se precisa dar exemplos reais, não caia na história do lobo, realmente use exemplos reais.
Conte as histórias de seus clientes, ou melhor, deixe que eles mesmo contem sua história.
4. Ilusionismo
No Mágico de Oz, Dorothy é tirada do Kansas, dentro de um furacão, e levada para a terra de Oz.
Ela deseja voltar para a casa e procura a ajuda de um mágico, que acaba sendo um grande ilusionista.
Suas magias não eram reais e ele usava truques para que as pessoas acreditassem nelas.
Apesar de ser bastante parecido com a malícia, o ilusionismo tem mais a ver com impressionar as pessoas para consumirem seu conteúdo e comprar seus produtos.
Na malícia o produto não funciona, no ilusionismo ele pode funcionar, mas a forma como você convence as pessoas a acessá-lo não é honesta e sincera, e sim com muitas invenções e enfeites para que ele pareça incrível.
5. Zueira
“The King You of Zhou” é uma história sobre um governante chinês cuja rainha quase nunca ria.
Depois de muitas tentativas frustradas de fazê-la rir, tentando diverti-la o rei You acendeu os faróis que avisavam sobre ataques inimigos, enganando os nobres que chegaram ao castelo apenas para ver sua esposa rindo deles.
Isso fez com que ele perdesse a confiança de seus aliados, e acabasse abandonado quando enfrentou uma batalha real, sendo assassinado.
Essa história conta como a “zueira” pode ficar sem limites e acabar com alianças, confiança e credibilidade.
Um pouco de humor nos seus conteúdos é bem vindo, e deve ser dosado de acordo com o perfil da sua audiência, para que continue sendo humor e não “zueira”.
Mas cuidado para não passar da medida e perder seu posicionamento de autoridade com bom humor para um palhaço que só sabe falar bobagens.
Como fazer Storytelling para marcas: um exemplo para ficar na história
Muitas marcas estão melhorando sua habilidade de contar histórias que emocionam e prendem a atenção de quem lê, ouve ou assiste.
Um perfeito exemplo de uma marca que fez um brilhante Storytelling foram a Intel e a Toshiba, que juntas criaram uma web série de 6 episódios chamada “The Beauty Inside”, ou “A beleza interior”.
No formato da clássica Jornada do Herói, temos a história de Alex, que todo dia acorda com um corpo diferente.
Em um momento ele é um jovem asiático, em outro um senhor negro, uma criança ou uma mulher branca. O que nunca muda é sua essência.
Sem saber como ele será no dia seguinte, ele procura não se apaixonar, mantendo apenas relacionamentos superficiais, de uma única noite. Até que um dia…
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